Ontem encontrei a professora do meu filho da primeira classe, ou seja, foi a primeira professora que ele teve desde que deixou o conforto e a segurança do infantário. Esta professora é mais nova do que eu e na altura pegou numa turma de irrequietos e marotos que só visto. Esta professora estava habituada a crianças calminhas, pois o único sítio onde tinha dado aulas tinha sido numa aldeia dos Açores e não estava habituada ao boliço próprio de uma criança da cidade. Esta professora fez-se impor, pelo carinho que lhes devotou, pela enorme dedicação, pelo enorme talento que tem para ensinar.
O meu mais novo foi aluno dela há quase cinco anos, e apesar da vida nos ter afastado um pouco, chegámos a ir tomar café diversas vezes, e sempre que nos cruzámos o tempo é pouco para contar as novidades. Tendo a minha mais velha 15 anos e o meu mais novo 10, já levo uma boa conta de professores que me passaram pelas mãos… mas foi só isso… professores que passaram pelas minhas mãos, num comprimento de boa educação a que fui habituada, nenhum me passou pelo coração como esta professora! Esta professora estabeleceu o contacto, lançou a ponte, apertou as amarras, só não subiu a bordo quem não quis… eu subi e fiz questão de me lançar nessa viagem, muitas vezes tortuosa, que é a educação de uma criança. Devia ser sempre assim, pais e professores, lado a lado, rumando ao mesmo destino, dando as mãos durante as intempéries e partilhando as alegrias quando se chega a bom porto.
Esta professora chama-se Margarida, como a professora das minhas histórias… porque só podia ser assim, a professora Margarida do livro que vou lançar em Dezembro, foi inspirada na professora do meu mais novo… doce, carinhosa, próxima, como só tu, Margarida, soubeste ser… obrigada!