Muito bom!

O povo… já não é o que era antigamente

Recebi este pequeno texto por mail. Não sei quem é a autora, mas concordo plenamente com ela. Por isso, quero partilhá-lo convosco.

” O povo saiu à rua para festejar a vitória do Benfica e eu, apesar de ser do FC Porto, não achei mal. As pessoas têm o direito de ficar alegres.
O povo saiu à rua para ver o Papa e eu, apesar de ser agnóstica, não acho mal. As pessoas têm direito à sua fé.
O povo vai à Covilhã espreitar a selecção e eu, apesar de não ligar nenhuma, não acho mal. As pessoas têm direito ao patriotismo.
O governo escolhido pelo povo impõe medidas de austeridade umas atrás das outras, aumentando os impostos e não abdicando dos mega investimentos.
O povo não reage. Não sai à rua. Reclama à boca pequena e cria grupos zangados no Facebook. É triste que este povo, que descobriu meio mundo, não imprima à reivindicação dos seus direitos a mesma força que imprime à manifestação das suas paixões.”

Eu também fui…

… ao Rock in Rio, através do écran da minha televisão, confesso que, confortavelmente sentada no sofazinho cá de casa.

A música tem destas coisas, a de unir as pessoas, independentemente de quaisquer diferenças, a uma só voz, e de fazer sobressair o que de melhor há em nós. Eu sei, estou a rimar muito, mas ao assistir ao concerto do Sr. Elton John, fiquei com imensa vontade de lá estar, mesmo no meio da multidão, e sentir o ambiente de perto. É nestas alturas, quando vejo multidões como esta (serão cerca do 100 mil pessoas), que acredito na famosa frase de Barack Obama, “Yes We Can”. Vívessemos nós assim o dia-a-dia, em tão grande união, e o mundo seria certamente melhor. Mas só a música tem destas coisas, e tenho pena que, terminado o evento, cada um siga o seu caminho e esqueça com relativa facilidade o espírito de comunhão que este festival nos proporciona. Vale pelo momento, e pela força que nos dá para continuar a acreditar.

Nós chegamos lá… obrigada pela mãozinha, Sr. Professor Cavaco

Demoramos, mas chegamos lá… e lá significa, para mim, aceitar o próximo independentemente das suas opções sexuais, religiosas, políticas, ou do que fôr, e permitir-lhe a igualdade de direitos nos mais variados assuntos, sendo um deles o casamento. Cavaco Silva promulgou a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e já foi tarde, mas como diz o outro “mais vale tarde que nunca”. Cavaco Silva promulgou a lei, mas discorda dela. Está, pois, no seu pleno direito, e sorte a dele, e a de cada um de nós, de poder emitir a sua opinião pessoal. É assim que nos podemos considerar como seres humanos civilizados, discordamos, mas aprovamos que o outro tenha os mesmos direitos que nós. Muito bem Sr. Presidente.

Este é um passo importante na luta que encetei há um ano e pouco atrás, quando publiquei o livro “Ser Diferente é Bom”. Muito embora o livro não verse sobre este assunto, uma das personagens, a Maria, vive com dois papás, dois homens que a adoptaram depois de ela ter perdido a mãe. Quando o livro foi lançado, as reacções foram diversas. ainda que duas ou três pessoas, e, acreditem, não foi mais do que isso, me tenham insultado, na internet, sem se assumirem, sem se identificarem, a reacção geral foi a melhor. Pais, professores, dos mais variantes quadrantes e profissões, aplaudiram e deram-me os parabéns pelo contributo que, dizem, dei para tornar este um mundo melhor, para tornar as nossas crianças, melhores adultos amanhã. Só por isso, valeu a pena o que lutei para concretizar este sonho.

 

O Papa

Agora que já passou, que o boliço da visita do Papa deu lugar à acalmia da normalidade, não posso deixar de registar aqui a minha impressão sobre o assunto. Não sou devota, não vou à missa, e tenho alguma dificuldade em dizer que acredito em Deus, mas, o que sei que não acredito, com toda a certeza, é nesta máquina que é a Igreja, e tudo o que se movimenta à sua volta. Não vou aqui fazer um grande comentário (terminará, seguramente, aí umas três linhas abaixo), até porque vou cometer aqui um plágio, e roubar a frase publicada numa revista esta semana, com a assinatura do Ricardo Araújo Pereira, e que diz… “numa altura em que o País está à beira da bancarrota., é inquietante não perceber se o Papa vem abençoar-nos ou dar-nos a extrema-unção.”. Faço minhas as palavras do Ricardo.