Infertilidade

Hoje, num programa de televisão, falava-se de infertilidade… de infertilidade, de casais inférteis, de estatísticas, de custos, de políticas, do governo… a conclusão a que cheguei foi questionar por que raio as políticas sociais deste país, que se dizem preocupadas com a baixa natalidade e o envelhecimento da população, não comparticipam na totalidade os tratamentos a que os casais são sujeitos para poderem ter filhos?

Não retive grandes números na cabeça, mas retive um número… já com o desconto da comparticipação do governo, os casais chegam a pagar cerca de 800 euros por apenas um ciclo de tratamento, e todos sabemos que este tipo de problemas não se resolve muitas vezes num primeiro tratamento. Também retive que até aqui estes tratamentos eram comparticipados em cerca de 30 % e passam agora (a partir do dia 1 de Junho) a ser comparticipados em cerca de 60 %… é bom, mas continua a ser insuficiente para quem quer realizar o sonho de ser pai, de ser mãe, de quem contribui para o rejuvenescimento da população, num mundo que se encontra mais perto do caos que do paraíso.

A infertilidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença. O estado português, bem como as companhias de seguros, não a classificam assim. Ora, num país onde cerca de 500 mil casais são afectados por esta doença, onde dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, nos últimos 20 anos, Portugal se caracteriza pelo decréscimo da taxa de natalidade, tendo passado de uma média de 12,2 para 10 crianças por cada mil habitantes, sou levada a concluir que algo vai mal nas políticas sociais deste país.