A propósito deste post no Vila Forte… há cerca de dois anos o meu mais novo quis ir para o futebol. Pareceu-me boa ideia, praticar desporto e divertir-se ao mesmo tempo. Inscrevi-o numa escola de futebol aqui em Braga e durante os meses em que lá andou apercebi-me de que: primeiro não se divertia lá grande coisa, e, em segundo, a atenção dedicada aos miúdos varia consoante o grau de competência com que eles praticam o desporto. Que é o mesmo que dizer que se jogam de forma excepcional e dali pode advir uma estrela, recebem toda a atenção, se apenas jogam, mas sem grande notoriedade, então o caso muda de figura. O meu mais novo gosta de jogar à bola, que é para mim diferente de jogar futebol… gosta, diverte-se com os amigos, mas não tem pretensões a tornar-se num jogador de futebol, e ainda bem, digo eu. Posto isto, lá chegou uma altura em que achei que o rapaz não andava lá a fazer grande coisa… ou seja, não se divertia!
Há cerca de dois meses, quando se iniciaram as aulas, o meu mais novo descobriu o basquetebol em Educação Física. Manifestou vontade em praticar a modalidade e eu lá me fui informar sobre o assunto. Depois de saber que o Sporting Clube de Braga tem esta modalidade, lá fomos num fim de tarde até ao pavilhão onde decorrem os treinos ver como era a coisa… a coisa correu bem, porque nesse mesmo dia o meu mais novo decidiu que queria integrar a equipa de mini basquet do Braga. Assim, três vezes por semana, tem ido aos treinos, a alguns jogos “mais a sério” e a coisa promete…
… e a coisa promete porque, depois de ler no post publicado pelo Pedro Oliveira, acerca de um jogo de futebol, onde acompanhou o seu filho de dez anos de idade, praticante da modalidade, que “… A equipa adversária tinha um conjunto de treinadores que estão, também, a educar crianças com menos de doze anos, os palavrões, as ameaças de castigo por um lance que correu mal e principalmente a nítida falta de competência para lidar com crianças, culminou numa valente chapada que o treinador deu a um jogador só porque ele, o jogador, tinha falhado uma oportunidade de golo…”, fiquei a pensar que tinha de escrever este post a louvar aquilo a que tenho assistido nos treinos e jogos do meu mais novo… Quando o meu rapaz começou a ir aos treinos, desde logo me apercebi de dois ou três pormenores que fazem toda a diferença quando falamos em praticar desporto de forma organizada, ou seja, com treinadores, torneios e clubes à mistura… o sorriso na cara das crianças, o brilho nos olhos enquanto decorre o treino, a disponibilidade afectiva característica dos treinadores (obrigada Mário, obrigada Ricardo!), a vontade de voltar no dia seguinte, o entusiasmo com que vão para os jogos e a garra, esforço e empenho demonstrado, mesmo quando estão a perder… diz tudo.
O Rodrigo tinha feito apenas dois ou três treinos quando fomos à Maia jogar com outros clubes. Estava um lindo dia de sol de inverno. Porque os jogos decorriam durante a manhã e durante a tarde, levámos farnel para o almoço das crianças. O treinador que nos acompanhou teve a brilhante ideia de os levar, no intervalo do almoço, à praia… não havia muito tempo, foram cerca de 20 minutos em que… só visto! Descalços, calção e manga curta, fizeram-se balizas com as sapatilhas, e durante aqueles minutos, foi vê-los num momento de verdadeiro lazer… as expressões de felicidade, as gargalhadas… foi nessa altura que tive a certeza de que o meu mais novo estava no sítio certo e ía, de certeza, ser ali muito feliz. Nos jogos torcemos a valer… às vezes lá é mais forte que nós o comentário de desagrado (no último jogo quase jurei que havia um vibrador no cesto dos nossos, tal era a teimosia da bola em não entrar!), mas sempre dito em voz baixa, porque no momento do reencontro, mesmo a perder, eles foram melhores, jogaram melhor e são verdadeiros campeões! Foi por isto, Pedro, que quase não queria acreditar no que li no teu cantinho…
