A saga continua…
Pés bem assentes na terra… volto a sorrir. Lá seguimos viagem do aeroporto até Victoria Station. Pelo caminho deu para perceber que apesar de esta ser uma cidade de poucas cores (as tonalidades variam entre o preto, o cinza e o tijolo), já que os edifícios respeitam uma arquitectura quase igual, o movimento humano e a diversidade cultural que se movimenta nas ruas conferem-lhe uma energia absolutamente fantástica. Em Victoria tivemos o primeiro contacto com o mais longo e antigo metro do mundo (data de 1863), depois de alguns minutos a olhar para os mapas espalhados pela estação, assim tipo como boi pra palácio, resolvemos pedir ajuda e lá demos com a coisa.
Agora começa a verdadeira aventura… acho que nunca vos falei na minha grande amiga Lurdes. A Lurdes vive em Lisboa. Conhecemo-nos tinhamos aí uns seis anitos, passavamos juntas os meses de verão na aldeia dos meus avós, perto do Fundão, brincamos e rimos muito, vivemos juntas as primeiras paixões, os primeiros desgostos de amor e sem darmos por isso passaram-se trinta e tal anos e ainda hoje somos amigas… posso dizer que é a amizade mais antiga que tenho.
A Lurdes trabalha numa agencia de viagens e foi através dela que tratei do avião, da estadia, embora o hotel tenha sido escolhido por nós via net. Se ela não contestou, eu achei que a escolha era bem feita! Isto para dizer que quando finalmente chegamos a Gloucester e percorremos a rua à procura do hotel estavamos longe de imaginar o que nos esperava… convem dizer que as finanças não andam em alta, e que por isso, não fazendo questão de grandes luxos, escolhemos um hotel de preço razoável, em que as fotografias na net nos deram a ideia de ser razoável também em termos de comodidade- leia-se nunca confiar em fotografias da net- . Quando chegamos à porta do dito cujo e entramos acho que entrei num estado de extâse em muito superior ao atingido no avião quando este descolou… e, por momentos, eu só quis descolar dali para fora! (Nota: recusei-me a tirar fotos para mais tarde recordar…)
A descrição é rápida, pois o momento ainda agora é doloroso, e só a fantástica cidade que é Londres me faz esquecer a agonia que tive naqueles segundos. A coisa era mais ou menos assim: a cair de velho, o átrio do hotel fazia prever o pior. No lugar de um funcionário com um aspecto minimamente profissional estavam um indiano e uma indiana com aspecto duvidoso no que concerne a profissionalismo, no lugar do computador estava um bloco de folhas, tipo mercearia, escrito à mão, completamente enxovalhado, onde era feito o registo da chegada de hóspedes, a chave do quarto ninguém sabia dela, pelo que esperamos cerca de meia hora por ela… durante essa meia hora nem a minha imaginação fértil conseguiu antever como seriam os quartos daquele… não me ocorre nenhum termo agradável!
O quarto era na cave, as escadas tortas, tipo declive… abrimos a porta e… eu quis morrer naquele instante!O quarto tinha cinco camas (duas das quais eram um beliche), um lavatório entre elas e fiquei num segundo a pensar se não teríamos direito ao resto das louças da casa de banho. Lá descobrimos uma portinha, leia-se portinha, onde encontrei a coisa mais surrealista que vi até hoje… uma sanita em cima de um poliban, leia-se uma sanita em cima de um poliban. eu explico, eu sentada ficava com os pés dentro da banheira!!! Quis fugir, quis morrer, o meu marido quis estragular o recepcionista do… não me ocorre nenhum termo agradável!
Passado o primeiro choque, lá chegamos à conclusão que não valia a pena estrebuchar, até porque não sei estrebuchar em inglês e em português aquelas almas não iam entender nada. Porque o ser humano tem uma capacidade de adaptação incrível a situações adversas, e aqui o Luis Castro, do Cheiro a Pólvora, há-de dar-me razão (quando teve de se desenrascar nas condições que é andar no meio do mato, aquele quarto era mais ou menos a mesma coisa!!!), rapidamente chegamos à conclusão que também íamos estar pouco tempo ali, era mesmo só para dormir, bla, bla, bla… e os nervos lá voltaram ao lugar. Que fique registado que me certifiquei de que os lençõis estava imaculadamente brancos… até os nervos têm limites!!
Amanhã continua a saga e a partir daí é que vale mesmo a pena! Ah, hoje quando falei com a minha amiga Lurdes, ao telefone, à medida que lhe contava estas mesmas aventuras, ela ria às gargalhadas… e eu também porque fiquei a saber que ela, porque o preço é mesmo convidativo, tem uns dias lá marcados em Dezembro próximo!!!!!Adoro-te amiga!
Mais uma musiquinha que por lá ouvi…
Setembro 10, 2008 às 11:18 pm
Hahahahahhahaa
Nunca ouviste aquela de “Quando a esmola é grande o pobre desconfia”?
Barato, na Inglaterra?… pois… só podia.
Beijinho
Jorge
Setembro 11, 2008 às 2:20 am
Bem tirando a experiencia hoteleira de londres que não conheço, pois quando lá estive fiquei em casa de um casal amigo, espero pelo resto das descrições para matar saudade e estabelecer comparações com mais de uma decada de permeio 🙂
Beijinho.
Setembro 11, 2008 às 2:26 am
Majoli, me desculpe, mas estou a gargalhar sozinho no quarto, porque suas aventuras de viagem estão muito divertidas. Espero ansioso a continuação de sua saga. Mas Londres é Londres e sempre vai valer a pena. Beijão.
Setembro 11, 2008 às 8:30 am
eheh.. Peço desculpa mas fartei-me de rir… Ainda me lembro ha uns meses quando uma colega queria um quarto em Londres e so lhe apareciam quartos com casa de banho no meio… desculpa, mas essa da sanita no polivan é imbativel… Estou certa que as noites foram mt agradáveis… Espero que tenhas atençao ao trauma dos teus filhotes…
E como se costuma dizer… com amigos assim…
Beijinhos
Setembro 11, 2008 às 9:22 am
Pronto, eu desta vez tive que me rir, desculpa lá! :p Mas verificaste se o “hotel” (também não me ocorre um termo agradável ou desagradável) estava no Routard? Bom, espero que o resto da aventura tenha contornos mais aliciantes…
Beijinhos
Setembro 11, 2008 às 9:32 am
Cátia, que as minhas palavras não sejam mal interpretadas… a amiga é excelente. Beijinho
Setembro 11, 2008 às 9:34 am
Jorge, nem tudo é caro em Londres, devo dizer que a nível de roupa os preços estão dentro daquilo que aqui é praticado. Mais ainda, a nível de grandes marcas, tipo Nike e Adidas, os preços lá são mais baratos do que os nossos. Beijinho
Setembro 11, 2008 às 9:34 am
Cris, só um bocadinho… vou ver o que é isso do Routard!!!
Setembro 11, 2008 às 9:35 am
Jorge Santos, me aguarda… a saga continua!
Setembro 11, 2008 às 9:36 am
Guto, a saga vai continuar, mas sim valeu a pena. Beijão
Setembro 11, 2008 às 11:13 am
Ainda bem que foste para esse….sitio,é que se fosses para um Hotel, não nos ríamos tanto(desculpa ) e não tinhas motivos para mais tarde recordar…desse… digamos…sítio onde dormiram.
Setembro 11, 2008 às 11:28 am
É verdade Pedro, agora dá vontade de rir e fiz esse posto porque, muito embora o pudesse ter omitido, sabia que nos iria fazer rir a valer, a mim e a vós, só por isso já valeu a pena… mas confesso que na altura não achei piada nenhuma! Beijos
Setembro 11, 2008 às 12:40 pm
Beeeem! Esse “place” deveria estar à minha espera, caso eu fosse a Londres. De certeza que não me escapava. É que eu tenho uma pontaria infalível para coisas doidas desse género.lol!
Deixa lá, amiga, pelo menos tens uma coisa surreal para nos contar e colocar um sorriso nos lábios!
xinhus
Setembro 11, 2008 às 8:13 pm
Pois dizem que baratas são bichos pretos…hehehe e que saga, amiga.
Um bjinho, RS.
Setembro 11, 2008 às 8:14 pm
Rsss, é verdade, mas posso pelo menos assegurar que disso não vi lá… como deves calcular fiz questão de me assegurar que eramos os unicos ocupantes do quarto!! bjo