Momentos

Hoje o dia não foi grande coisa… vocês sabem, eu sei que sabem… acabei a noite, sentada no meu sofá, a ver a Anatomia de Grey (o episódio de hoje era sobre a eminente morte de Meredith, a sua luta interior sobre se valia ou não a pena voltar a viver, sobre se valia ou não a pena sofrer para sorrir ainda que por breves momentos)… às vezes vejo, outras vezes não vejo, mas hoje sei que tinha de ver (constatação que deita por terra a teoria de rejeição de que tudo na vida acontece por algum motivo), sei isso agora que o episódio acabou e aprendi que não devemos fugir da vida, devemos viver cada momento que ela nos dá… aprendi que vamos sempre sofrer, vamos sempre sorrir, vamos sempre ser felizes, porque a vida é isso mesmo, momentos, ainda que breves… e é a soma desses momentos que constrói a nossa história, se não os vivermos, sejam bons ou maus, saibamos nós que vamos morrer de felicidade, ou morrer de tristeza, não estamos a proteger-nos de nada, estamos apenas a privar-nos de um capítulo da nossa vida que pode fazer toda a diferença… e pior que viver esse momento, bom ou mau, é ficar para sempre na dúvida de não o ter vivido… pior é saber que na história que escrevemos enquanto existimos, uma frase ficou por escrever, e no lugar dessa frase está o vazio da sabedoria que é viver!…

Desafio da Cátia, do Cticho

 

No cantinho da Cátia nasceu, há dias, um desafio. O desafio resumia-se a criar uma história a partir desta imagem, de que ela tanto gostou. O resultado foi este:

“Jurei que ficaria assim… sentada a um canto até ao fim da vida! À espera. Cada dia que passe, cada noite que caia, cada raio de sol, tempestade, trovoada, será um momento nos muitos momentos de espera da minha vida. Porque a vida não depende sempre e só de nós, porque desejar que isto ou aquilo aconteça não é garantia de nada, porque quis ser feliz e não fui… fico, pois, aqui à espera… à espera… de braços cruzados com a vida, de costas voltadas ao destino, de olhos fechados ao mundo… só eu, só eu no silêncio, só eu comigo… sozinha…por momentos julgo ver aquele sapo que brincava comigo quando a vida ainda não me desiludia, mas esfrego os olhos e regresso à realidade… está escuro, está frio… continuo à espera e nada acontece, porque a vida parou para mim, continua a correr lá fora… sinto-me a ficar para trás, perdida num vazio… falta-me o ar… uma janela… num impulso corro para ela, abro-a e sinto o ar na cara, o vento frio nos cabelos, respiro fundo e deixo a vida entrar dentro de mim… por momentos sinto que pude decidir entre ficar no canto, inerte, e voltar a viver…”

Momentos Únicos… mais um!

… que eu gosto de partilhar convosco…

Presentes envenenados

Eu sou daquelas pessoas que desde muito nova sempre fui muito pragmática… ou sim ou sopas, ou branco ou preto, ou sim ou não… os problemas existem para se resolver, para o bem e para o mal… os anos, a vida acalmou-me e algumas afirmações que eu dava por certas foram-se revelando ao longo da vida não tão certas quanto isso, ou dependentes de circunstâncias adversas… “cada um tem aquilo que merece” era das minhas preferidas. Hoje afirmo peremptoriamente que há coisas que eu NÃO MEREÇO, ou seja, merecia muito melhor… fica pois a pergunta, então porquê?… porque me são oferecidos presentes envenenados que me fazem sofrer?… estou farta da balela que repito a mim mesma de que tudo acontece com algum propósito!