Porque tenho saudades e me apetece chorar…
Quando há sete anos, por opção, porque vim viver para Braga, deixei o Jornal Público onde trabalhava há mais de uma década, eu soube na hora que a dôr de deixar um sítio que eu amava ficaria para o resto da vida. Porque era um sítio especial, aquela redacção, porque eram pessoas especiais, as que lá viveram comigo, porque um amor assim não se esquece nunca! A minha relação com o Jornal público foi de amor, foi de ódio, de alegrias e tristezas… foi de vivências, de crescimento, mas também de muito cansaço, pelo esforço emotivo que exigia de todos nós.
Desde o dia em que avisei os responsáveis, de que iria deixar o jornal, até ao último dia de trabalho, a memória que tenho é de manifestações de carinho e de lágrimas, muitas lágrimas. Como é da praxe, foi organizado um jantar de despedida, com direito a discurso, a uns copos a mais, e a mais lágrimas, que teimavam em escorrer pela cara abaixo, quase me impedindo de disfrutar de cada rosto que fez questão de estar presente… e foram muitos, alguns que eu nem esperava mas fizeram questão de me acarinhar.
Num jantar de despedida há sempre miminhos, lembro-me que me ofereceram um relógio e, para meu espanto, foi distribuido um jornal feito só para mim. Para além do jornal impresso, recebi a chapa original onde foi feito o jornal, que entretanto emoldurei para mais tarde recordar. No jornal, o editor de cada secção escreveu um texto sobre mim, em tom de brincadeira (até o Calvin me era dedicado!…) e aquele que foi o meu primeiro Director, Joaquim Fidalgo, escreveu um texto sobre a minha passagem pelo Público. Lembro-me que ao lê-lo chorei até mais não, ainda hoje me vêm as lágrimas aos olhos quando o recordo ou o leio por acaso.
Devem estar a perguntar-se o porquê desta ladainha toda, mas ainda hoje ao fim de sete anos me dói na alma as saudades que tenho daquilo, das gentes, dos amigos… tantas que, frequentemente, mais do que o aconselhável até, sonho com eles e acordo de manhã com um aperto no coração! Porque hoje estava novamente apertado, quis partilhá-lo convosco… por isso reproduzo aqui o texto que Joaquim Fidalgo me dedicou, a quem eu estou tão grata por tudo o que me ensinou e que guardo com carinho. Aos meus colegas deixo um beijo de saudade e de esperança que nos vejamos de novo um dia, para lembrar, contar histórias, que fazem afinal parte de todos nós.
Ele Há Sempre Tantas Coisas…
Ele há sempre tantas histórias, tantos caminhos, tantas pessoas…
Ele há sempre tantos tempos…
Há um tempo de chegar e há um tempo de partir.
Mas há, quando se esteve, um tempo de ficar. Um tempo de ser sempre daqui.
Há casas de trabalho que são mais feitas à medida das pessoas, e isso é bom.
Mas raro. Parece que cada vez mais raro.
Há casas de trabalho em que são as pessoas que têm de ir fazendo, dia a dia,
pouco a pouco ou muito a muito, essa medida – a medida das pessoas.
E há gente que sabe fazer isso.
Umas vezes melhor, outras vezes pior, que nunca tudo são só rosas nem só espinhos,
aqui mais depressa e ali mais devagar, ora para cima ora para baixo,
ora em alegria ora em tristeza, ora…
E daí? É também como as pessoas, que todos nós somos.
E que fomos sendo, e continuamos a ser, também contigo.
Ficas por cá. és da casa. entraste nela e ajudaste a fazê-la casa.
De trabalho? Sim, sem dúvida.
Mas casa com gente dentro. Uma casa de pessoas.
Pela parte de mim que me toca, pela parte de comum que me cabe também,
Obrigado.
E sê feliz.
Joaquim Fidalgo
Agosto 12, 2008 às 9:18 pm
Imagino como deve ter sido difícil deixares tudo para trás. ainda por cima um ambiente onde eras tão querida e do qual tu tanto gostavas. Mas a vida é feita destas coisas. Há escolhas que fazemos e isso significa seguirmos em frente.
Mas há dias em que a nostalgia bate à porta e aí é que é o cabo dos trabalhos.
Um beijinho grande, amiga!
Agosto 12, 2008 às 9:34 pm
aqui, ela bate dia sim dia sim…
Agosto 13, 2008 às 6:35 pm
Confesso que também sinto um certo aperto no peito e as lágrimas teimam em querer saltar…Recordo com muita saudade essa festa de despedida e tenho saudades da tua presença física aqui…
É certo que raramente nos vemos – apesar dos poucos quilómetros que nos separam – mas, sabes, estás sempre no meu coração. E tenta ver tudo isto pelo lado positivo: estiveste no Público na sua melhor época!
Tenho que sair…amanhã falamos, PROMETO!
Adoro-te!
Beijocas…
Agosto 13, 2008 às 6:56 pm
Se calhar já saiste, mas fica aqui o abraço apertadinho de saudades, de carinho, de amizade, de muito amor!… molhado pelas lágrimas que enxugaremos juntas ao longo da vida.
Adoro-te Paula!
Agosto 13, 2008 às 7:23 pm
Sim, partilhamos de tudo um pouco quando os nossos caminhos se cruzaram. Alegrias, tristezas, sorrisos, lágrimas, birras, segredos… e mais segredos. Coisas… muitas coisas das nossas vidas. Obrigada por me teres ouvido minutos a fio… Não esqueci… nem nunca esquecerei, e aquando da tua “partida” do Público fiquei (camos) mais pobres e sós. As tuas gargalhadas davam graça a esta redacção e a tua simpatia era contagiante. Faze-nos falta, Sónia Gouveia, sem dúvida!. O teu tempo é de continuar…!
Beijo do coração
Aninhas
Agosto 13, 2008 às 7:33 pm
ok Ana, puseste-me a chorar! Também te adoro! Tu sabes isso. Tivemos momentos fantásticos, é como dizes… rimos muito, choramos muito, partilhamos muito, por isso estás sempre no meu coração. Apesar do interregno que houve, nunca vos esqueci, há sempre um tempo para tudo, este é o tempo de me (vos) lembrar que não há distância, não há nada que vos arranque de mim…
Agosto 13, 2008 às 7:58 pm
Olá Sonia
Há coisas na vida que nos marcam, mas a vida segue em frente, resta-nos a alegria de termos vivido, de sermos os protagonistas da nossa historia.´,….. e tu sem duvida deves ter merecido todo esse carinho.
Beijinho
Jorge
Agosto 13, 2008 às 8:27 pm
Obrigada amigo, pelas palavras, pelo carinho. Eu segui em frente, mas é parte de uma história que vive em mim sempre. É dificil explicar…
Beijinhos
Agosto 13, 2008 às 8:48 pm
Oi Sónia
A opção, seja por que motivo for, dói sempre. E a dor mistura-se numa profusão imensa de sentimentos. Saudade, ternura, carinho… afectos que fazem parte de nós. Partilhados. Que bom que os guardas no teu coração.
Beijinho
Agosto 13, 2008 às 9:15 pm
Obrigada Paola, pelo carinho. Beijinho
Agosto 13, 2008 às 9:36 pm
É sempre bom e bonito , ao deixarmos um lugar,as suas pessoas e os seus momentos, fiquem as recordações que jamais se perdem e nos acompanham pela vida fora.
Agosto 13, 2008 às 9:43 pm
Vá, chega de lamechices!
Recordar é bom, mas acabou de chegar o Sorrisos. E, na minha presença, EXIJO sorrisos!
;o)
Mais a sério: Obrigado pela visita! Já te “linkei” (salvo seja…) para voltar mais facilmente.
Mas vê lá se da próxima não estás outra vez lavada em lágrimas!
valeu?
Recordar é bom, mas a vidinha segue…
Um sorriso
Agosto 13, 2008 às 9:46 pm
Olá alegria, o teu sorriso é lindo. Obrigada pelas palavras, pelo carinho… pelos sorrisos. Já estou a sorrir!!
Beijinho
Agosto 13, 2008 às 9:48 pm
Olá Jorge, obrigada pela visita, pelo carinho, pelas palavras. Volta sempre!
Agosto 15, 2008 às 4:26 am
Sónia, impossivel não se emocionar ao ler seu texto. A vida as vezes nos leva a outros caminhos, mas fica a saudade e a lembrança de bons momentos. Beijos.
Agosto 15, 2008 às 9:40 am
Obrigada Guto, pelo carinho. Bjo
Agosto 15, 2008 às 10:00 pm
Como te percebo Sónia. Custa nos tanto deixar aquilo que gostamos, ou melhor, aqueles que gostamos. Mas sim, a vida continua. E é a certeza que nada disso passa com o tempo que torna tudo mais facil e mais dificil, ao mesmo tempo. Porque sabemos que nunca vamos esquecer, as coisas boas, mas sabemos também que as saudades nunca se vao acabar, levando nos às lágrimas. Fica sempre a lembranca de quem nos faz bem. E a esperanca de um dia voltar, nem que seja por alguns momentos, para nos acalmar. beijinho
Agosto 15, 2008 às 10:47 pm
OLá lindo, obrigada pela visita, pelas palavras, pela força… um beijinho e volta sempre!
Agosto 16, 2008 às 12:10 am
Que lindo!!!Parabéns! Nossa, como deve ter sido difícil sair né…masolha que coisa linda vc tem pra contar e pra mostrar hj.
Tem prêmio pra vc!bjs:)
Agosto 16, 2008 às 9:45 am
Obrigada Carol. Obrigada pelo prémio. Beijinho
Agosto 18, 2008 às 2:38 pm
Ola linda,
Sem duvida que existem lugares, pessoas, momentos que nos marcam de tal forma que ficam marcados no coração. Nao imagino (de certeza que nao imagino) a emoçao provocada por todos estes momentos e carinhos. Fico feliz por os viveres, por os teres, porque esses tornam-nos mais ricas. Aproveita e obrigada pela partilha
Beijinhos
Agosto 18, 2008 às 4:16 pm
Obrigada Cátia, pelas palavras, pelo carinho, pela presença. Volta sempre sempre.
Beijinhos